janeiro 28, 2016

Ser vegetariana: como e porquê


Há quatro meses, mudei radicalmente a minha alimentação. Sim, foi radical. Deixei de comer carne e peixe de um dia para o outro, tal como deixei de consumir laticínios. Já há algum tempo que andava a adiar esta mudança, porque ainda vivo com os meus pais e não sou eu quem faz as refeições. Contudo, o passo foi tomado a dois: eu e o meu irmão decidimos tomar esta decisão juntos - o que nos facilitou a vida. 


Quando comecei a comer o menú vegetariano na cantina e a não comer carne e peixe em locais públicos, começaram a surgir as perguntas: «mas porquê? O ser humano sempre comeu carne. Isso já não é de agora!», «agora comes o quê? Ervinhas?». Quem está na mesma posição que eu sabe o quão chato é ter de levar com esta lenga-lenga dias e dias a fio. E os argumentos que nos são dirigidos em conversa são, por vezes, inimagináveis. Mas depois de nos chatearmos algumas vezes, as palavras entram e saem rapidamente da nossa cabeça. 


Este post é, apenas, o meu ponto de vista e não um juízo de valor para com estilos de vida diferentes do meu. Acredito, contudo, que seja mais tranquilo vivermos sem saber de onde vem a carne que comemos. Para mim, já se estava a tornar sufocante e tive de descobrir tudo. O que vi foi o suficiente para já não conseguir olhar mais para as vacas ou para os porcos como se de comida se tratasse, tal como não olho assim para os cães ou para os gatos. O fundamento de tudo isto é mesmo a nossa consciência e a noção que temos da realidade, bem como os benefícios que acrescem à nossa saúde.


É exactamente disto que se trata: vivermos bem connosco e de consciência tranquila. Tenho a noção de que em nada contribuo para o massacre que é a indústria da carne, que posso estar de bem com a natureza e continuar a defender a causa dos animais, porque acredito que devemos ser nós a dar-lhes voz e isso faz ainda mais sentido se não os consumirmos de maneira alguma. Para além disto, descobri novos alimentos incríveis e as vantagens de muitos outros que já consumia: os feijões, o grão, a soja, a quinoa, etc. Ser vegetariana não é, de todo, difícil. E não, não sinto falta nenhuma - mesmo nenhuma! - de comer carne ou peixe. Escolhi mudar por uma causa maior e isso é muito mais forte que qualquer prazer que tenhamos a comer um bitoque ou um prato de marisco. Vejo os animais como vejo as pessoas («que tola!», pensam vocês), mas é mesmo isto. Merecem exactamente o mesmo respeito. Esta foi a melhor mudança que fiz na minha vida, nos últimos tempos. E sei que vai ser para sempre. 


As fotografias foram feitas na Quinta da Paiva, em Miranda do Corvo. Não se trata de um parque estilo jardim zoológico, mas sim de uma quinta que alberga espécies em perigo de extinção ou mesmo já inexistentes em Portugal, bem como animais que seriam abatidos após terem feito parte de estudos ou que já não podem, de todo, regressar ao seu habitat natural.
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2 comentários:

  1. As fotografias são absolutamente maravilhosas. E admiro quem opta pelo vegetarianismo/veganismo. Não consigo aderir a esse estilo de vida por enquanto, mas talvez no futuro o faça. Parabéns. :)

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