Não sou mãe, mas se há amor que mais curiosidade me desperta é esse: o amor por um ser feito de nós. Do nosso sangue, da nossa pele, do nosso ar. De tudo aquilo que tentamos imaginar, mas não conseguimos. Mãe, para mim, é uma coisa sem fim. Não tem nunca um ponto final, porque vive através da vida. Ultrapassa o tempo. E cose o nosso coração ao dela, com um nó cego. Porque o amor é isso, um nó que nunca se desata.
Podia continuar a falar da mãe - na perspectiva de filha - por horas, mas deixo-vos com as imagens de uma sessão bonita, no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, tiradas em Dezembro do ano passado.
Mãe, a vida que me deste
é contra o medo.
Mãe, volto a nascer de ti
sempre que tenho de mostrar
toda a esperança de que sou
capaz.
Sem ti, onde estaria aquele
que sou?
Sem ti, eu não seria eu; teria
outro nome, outro rosto,
estaria noutro lugar,
convencido de certezas que seriam
tão certas como estas.
Sem ti, a verdade seria outra.
[...]
Mãe, primeira e última
palavra.
És a seta que disparas e que,
lá ao fundo, te acerta.
José Luís Peixoto, Em teu ventre
Muito bonito ;)
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