É sempre complicado falarmos daqueles que nos são mais chegados. Seja porque o que sentimos é muito forte ou simplesmente porque é difícil (e tão cliché) descrevê-lo em palavras. A verdade é que nem sempre sabemos o que dizer. Como já referi na primeira história sem papel, há histórias que só se contam em fotografias, quando não há palavras que nos queiram sair da boca. Contudo, esta merece algumas palavras, por me ser tão especial. Esta é a história sem papel da minha avó. A avó Alice.
Nasceu em Angola, na Quibala, província do Kwanza-sul. Angolana de gema, de raíz. Foi na Gabela que conheceu o meu avô e para lá se mudou. Viveu a infância e juventude no país onde nasceu. Apaixonou-se. Casou. Desse casamento nasceram quatro filhos. Em 1975, tiveram de fugir do seu país.
Já há muito tempo que pensava em passar assim uma tarde, no meio de recordações sem fim. E, como de Angola ainda nada ou pouco tinha visto, esta pareceu-me ser a ocasião perfeita. Acredito que não tenha sido fácil. Afinal, a vida, por muito boa que possa ser, nem sempre lhe deu a mão. Mas recordar é mesmo isto. Recordar é viver. É ter perto de nós tempos que não voltam e que parecem bem distantes. É reviver momentos dos quais já nem nos lembrávamos: aventuras e malandrices da juventude; os cunhados, os primos, os tios; a família reunida em piqueniques e idas à praia.
Já há muito tempo que pensava em passar assim uma tarde, no meio de recordações sem fim. E, como de Angola ainda nada ou pouco tinha visto, esta pareceu-me ser a ocasião perfeita. Acredito que não tenha sido fácil. Afinal, a vida, por muito boa que possa ser, nem sempre lhe deu a mão. Mas recordar é mesmo isto. Recordar é viver. É ter perto de nós tempos que não voltam e que parecem bem distantes. É reviver momentos dos quais já nem nos lembrávamos: aventuras e malandrices da juventude; os cunhados, os primos, os tios; a família reunida em piqueniques e idas à praia.
Desde o casamento dos meus avós às longas tranças das minhas tias; desde as fotos do meu pai que me fazem lembrar o meu irmão ao meu tio ainda criança. Tudo num papel que já está meio amarelado pelo tempo que já passou por ele. As únicas memórias palpáveis que trouxeram com eles. E quão bom é ter isto tudo tão perto quando tudo o resto está tão longe.
Estas são as memórias mais bonitas que se podem guardar. A fotografia, sempre tão importante em todos os momentos.
Minha querida muito obrigada, pela tua forma de contar historias e partilha-las connosco, por me fazeres sentir perto da minha historia que as vezes ja nao sei qual é, pelas memorias que às vezes guardamos no mais fundo de nós, pelas fotos lindas da minha mãe que tanto amo e tanta falta me faz e pela partilha, um beijo muito grande
ResponderEliminar♡ ♡ ♡
Eliminar(Já tinha escrito mas parece que voou tudo!...)
ResponderEliminarMargarida, gostei muito, muitio, muito, parabéns! Dá por mim um beijo terno à tua avó Alice, minha prima e amiga querida, uma autêntica mulher-árvore de família (e tão bem captaste isso...). Adorei ver as fotos, através das tuas fotos. Pelo que fizeste, um beijo para ti também e muito obrigada pela partilha.
Julinha
tanta ternura, que post maravilhoso!
ResponderEliminarObrigada, Diana! :)
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