novembro 10, 2014

Fotografar a alma


Cada vez aprecio mais a beleza e intrínseca naturalidade do ser humano. O facto de nascermos e já sermos tanto na vida de alguém. E termos todas as ferramentos para vingarmos connosco. Não sei descrever este meu fascínio pela minha espécie e por seres ainda tão incompletos, mas tão iguais à natureza. Acho que é isto que me faz apreciar tanto a fotografia de retrato. É o espelho da nossa alma. Transparece nitidamente aquilo que estamos a sentir. Não a nossa história ou o que fazemos, mas o que está aos olhos de quem nos quer realmente ver. Os sentimentos que fogem pelo olhar, sem palavras.

Recentemente, fui fotografar um recém-nascido, no dia do próprio nascimento, à maternidade. Um momento que, certamente, nunca me sairá da memória. Descobrir que a vida, afinal, pode valer momentos tão bons quanto estes. Repito-me imensas vezes, mas não me canso. Isto é uma bênção.

A minha mãe uma vez disse-me que «pinto fotografias». Quero acreditar que sim. E que as pinto tal como as sinto.
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